Avaliação Escolar !
O termo avaliar tem sido associado a fazer prova, fazer exame, atribuir
notas, repetir ou passar de ano. Nela a educação é imaginada como
simples transmissão e memorização de informações prontas e o educando é
visto como um ser paciente e receptivo. Em uma concepção pedagógica mais
moderna, a educação é concebida como experiência de vivências
múltiplas, agregando o desenvolvimento total do educando. Nessa
abordagem o educando é um ser ativo e dinâmico, que participa da
construção de seu próprio conhecimento. Nesse ponto de vista, a
avaliação admite um significado orientador e cooperativo.
A avaliação do processo de ensino e aprendizagem, é realizada de forma
contínua, cumulativa e sistemática na escola, com o objetivo de
diagnosticar a situação de aprendizagem de cada aluno, em relação à
programação curricular . A avaliação não deve priorizar apenas o
resultado ou o processo, mas deve como prática de investigação,
interrogar a relação ensino aprendizagem e buscar identificar os
conhecimentos construídos e as dificuldades de uma forma dialógica. O
erro, passa a ser considerado como pista que indica como o educando está
relacionando os conhecimentos que já possui com os novos conhecimentos
que vão sendo adquiridos, admitindo uma melhor compreensão dos
conhecimentos solidificados, interação necessária em um processo de
construção e de reconstrução. O erro, neste caso deixa de representar a
ausência de conhecimento adequado. Toda resposta ao processo de
aprendizagem, seja certa ou errada, é um ponto de chegada, por mostrar
os conhecimentos que já foram construídos e absorvidos, e um novo ponto
de partida, para um recomeço possibilitando novas tomadas de decisões.
A avaliação, dessa forma, tem uma função prognóstica, que avalia os
conhecimentos prévios dos alunos, considerada a avaliação de entrada,
avaliação de input; uma função diagnóstica, do dia-a-dia, a fim de
verificar quem absorveu todos os conhecimentos e adquiriu as habilidades
previstas nos objetivos estabelecidos. Para José Eustáquio Romão ,
existe também uma função classificatória, avaliação final, que funciona
como verificação do nível alcançado pelos alunos, avaliação de output.
Através da função diagnóstica podemos verificar quais as reais causas
que impedem a aprendizagem do aluno. O exemplo classificatório de
avaliação, oficializa a visão de sociedade excludente adotada pela
escola.
A Lei 9.394/96, a LDB, ou Lei Darcy Ribeiro, não prioriza o sistema
rigoroso e opressivo de notas parciais e médias finais no processo de
avaliação escolar. Para a LDB , ninguém aprende para ser avaliado.
Prioriza mais a educação em valores, aprendemos para termos novas
atitudes e valores. A educação em valores é uma realidade da Lei
9394/96. A LDB, ao se referir à verificação do conhecimento escolar,
determina que sejam observados os critérios de avaliação contínua e
cumulativa da atuação do educando, com prioridade dos aspectos
qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período
sobre os de eventuais provas finais (Art. 24, V-a). Devemos nos
conscientizar que aspectos não são notas, mas sim, registros de
acompanhamento do caminhar acadêmico do aluno. O educando, sendo bem
orientado, saberá dizer quais são seus pontos fortes, o que construiu na
sua aprendizagem o que ainda precisa construir e precisa melhorar.
Assim desenvolve a noção de responsabilidade e uma atitude crítica. Para
isso é necessário criar oportunidades para que pratique a
auto-avaliação, começando pela apreciação de si mesmo , de seus erros e
acertos , assumindo a responsabilidade por seus atos. Daí, a necessidade
de uma educação dialógica, abalizada na troca de idéias e opiniões, de
uma conversa colaborativa em que não se conjectura o insucesso do aluno
Quando o educando sofre com o insucesso, também fracassa o professor. A
escola deve riscar do dicionário a palavra FRACASSO. A intenção não é o
aluno tirar nota e sim "aprender", já que ainda existe nota, que ela
possa ser utilizada realmente como um identificador para o professor da
necessidade de retomar a sua prática pedagógica. A avaliação quando
dialógica culmina na interação e no sucesso da aprendizagem pois o
diálogo é fundamental, e o professor através dela se comunica de maneira
adequada, satisfatória e prazerosa com o aluno.
Rever o ponto de vista de avaliação é rever certamente as concepções de
ensino aprendizagem, de educação e de escola , apoiado em princípios e
valores comprometidos com a instituição de aluno cidadão. Quando isso
for colocado em prática a avaliação será vista como função diagnóstica,
dialógica e transformadora da realidade escolar.
Referencial: ALVES, N. & GARCIA, R.L. (orgs.) O sentido da escola
Autora: Amelia Hamze
Profª FEB/CETEC e FISO
Refe:http://educador.brasilescola.com/trabalho-docente/avaliacao-escolar.htm
By: Maiara*
Nenhum comentário:
Postar um comentário